Faltou falarmos da cor branca, lembro novamente que do ponto de vista da ciência branco não é cor, é luz. Mas no universo popular o branco tem significado. No universo da comunicação no Brasil o branco significa pureza, fé, benevolência, graça, inocência, honestidade. Cria impressão de luminosidade. Transmite ideia de frescor e calma. Associação material relaciona-se com a neve, casamento, lírio, batismo, areia clara. Combinado com outras cores proporciona harmonia agradável e alto contraste com as cores padrão. Mas não é só esta a linguagem das cores. As cores são divididas em quentes (vermelho, amarelo e laranja) ou frias (azul ciano, verde e violeta). As cores também são classificadas como primárias (cor pigmento: magenta, ciano e amarelo), secundárias (laranja, violeta e verde) e terciárias (tons de marrom). As cores (tom) também mudam de acordo com a luminosidade e saturação. Isto faz a cor ficar mais clara, os chamados tons pastéis ou mais escuras. Nesta escala haverá a cor pura (saturação). A cor também sofre influência do veículo pelo qual o pigmento é transportado, se for água o pigmento fica mais lavado e transparente, se for óleo o veículo ela ficará mais opaca. O suporte onde a cor é aplicada também interfere na sua leitura, pois a cor do suporte modifica a cor desejada. A luz do ambiente e sua característica também muda a cor que a pessoa enxerga. Por exemplo, em lâmpadas com luz amarela modificará a cor para o amarelo, a rosada avermelha e a azulada tende a deixar ela mais azul. A intensidade da luz também modifica, o número de graus kelvin emitidos aumenta ou diminui a luminância (brilho) da cor. A isto denominamos a temperatura da cor que expressa à aparência de cor pela fonte de luz emitida. Quanto mais alta a temperatura de cor, mais clara é a tonalidade de cor da luz. Quando falamos em luz quente ou fria, não estamos nos referindo ao calor físico da lâmpada, e sim a tonalidade de cor que ela irradia ao ambiente. Muitas vitrines de lojas não levam em conta a luz que está sendo emitida nela e com isto podem dar vida a uma roupa e ganhar vendas, ou matar a venda com a escolha errada da lâmpada na vitrine. A cor também muda quando exposta à luz, a radiação da luz ataca o pigmento e com o tempo vai mudando o tom do produto. O vermelho é o pigmento que tem a menor resistência à luz, assim se sua marca tem a cor vermelha e você vai expô-la ao ar livre, entenda que isto terá prazo de validade, mesmo se o pigmento tiver aditivos de resistência à luz, pois o vermelho se transformará em rosa com o passar do tempo por estar exposto à luz solar. Além disto, a pessoa que recebe a cor experimenta uma tríplice sensação: impressionar, expressar e construir. A cor é vista: impressiona a retina e provoca uma emoção. Isto constrói um significado próprio, um valor simbólico. Este valor simbólico muda de cultura para cultura, de país para país. A cor vermelha, por exemplo, no ocidente simboliza: amor, ação e perigo; no extremo oriente representa: prosperidade e fortuna, vitalidade; na Índia significa: beleza, poder e riqueza; no oriente médio associa-se: perigo, precaução e mal. Portanto, nem tudo é igual na linguagem visual. Quando vemos marcas, por exemplo, associamos a alguns significados de suas cores: a cor amarela no Subway ou na Shell relaciona-se com otimismo, clareza e calor. A cor laranja na Fanta ou Mozila está significando amigável, confiança e alegria. A cor vermelha na marca Coca-Cola ou Nintendo associa-se à juventude, excitação e coragem. A cor azul da Dell e Oral-B simboliza confiança, segurança e força. O verde representa a saúde, crescimento e pacificidade. A cor cinza clara é o equilíbrio, calmaria e a neutralidade. O contraste entre cores também é relativizado, pois ele ocorre simultaneamente, podemos ter contras baixo, médio ou alto. Uma cor amarela (primária) tem alto contraste quanto está sendo vista com a cor violeta (secundária), pois elas são antagônicas no disco cromático. Outro fator que influência é a área na qual estas cores aparecem. O amarelo para se equilibrar com o violeta deve ter uma área quadrada menor que o violeta, numa proporção 1/3 para o amarelo e de 2/3 para o violeta, para que haja harmonia e equilíbrio cromático. O estudo das cores é algo extremamente complexo, implica em conhecer técnicos da cor como, por exemplo, a cor violeta do Pantone de um programa de computador como Corel Draw ou Indesign não corresponde à escala Pantone dos materiais impressos, então é preciso tomar cuidado sobre, tampouco será a representação correta do violeta composto na impressora a jato de tinta. Se você quer ganhar com a cor no seu negócio, procure um profissional que saiba usar todas estas linguagens ou diminua o risco de errar. Fonte: Psicodinâmica das Cores – Modesto Farina. Carpe Diem com a cor!